Benedito Teixeira Gomes - Trabalhos Literários






Prof. Benedito Teixeira Gomes, nasceu em Pajeú do Vento, Distrito de Caetité-BA.Conclui o curso de Licenciatura em Estudos  Sociais pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caetité (UNEB). Posteriormente formou-se  em História. Professor do Centro Educacional  João Durval Carneiro. Membro  efetivo da Academia Guanambiense de Letras. Escreveu várias obras:
Mar Revolto - Poesias
Pétalas- Poesias
Alfaiates, Paixão e Idealismo - Romance
Sertão de Dentro - Romance 





Infidelidade
Não permita que outro te possua,
que te desfrute, pois, me causaria
horrendo sofrimento, pois, Maria,
vivo com outra mas minha alma é tua.

Vivo com outra porque a sorte crua
só agora, enfim, me propicia
adentrar-te a doçura e a magia,
ter-te em meus braços totalmente nua.

Uma palavra, um riso, um só olhar
a outro não concedas, pois não há
quem nesta vida a queira mais que eu.

Embora sejas linda e encantadora,
só minha alma poeta é sabedoura
do mel que ocultas sobre os lábios teus



Penso em ti

Não se passa um segundo sem que eu pense
Em ti, posto que vives sempre em mim,
Impregnando-me como num jardim
Impregna o aroma à flor na primavera.

Não se cansa, se enfada, se exaspera
De pensar-te minha alma, mesmo quando
Supõe-te indiferente, desertando
Como água a escorrer-me entre os dedos.

Penso em ti té dormindo, em sonhos ledos.
Refém de tua imagem, minha mente,
Pra tudo o mais fechou completamente,
Numa atitude um tanto quanto extrema.

Pensar-te é uma tortura. Um só problema
Não há em todo o mundo como o fato
De pensar-te, sabendo que no olfato
Jamais terei teu cheiro de alfazema.


DESEJO

És linda, sensual... Nos seios brancos
Dois pequenos botões de rosa pendem.
Ao vê-los meus olhinhos se acendem,
Pulsa meu coração aos solavancos.

Loiras madeixas soltas pelos flancos,
À semelhança de águas que desprendem
Das cordilheiras, quando as surpreendem
Os bafos do verão com feros trancos.

Teus olhos, tua boca, a alva pele
A mais e mais querer-te me impele,
Com força tal que, às vezes, me preocupa.

Já não controlo mais minha vontade,
Quando por ti meu peito queima e arde,
Quando minha mente de pensar-te ocupa.


EQUÍVOCO

Flertei-te apenas, quando deveria
Ter-te em meus braços pela vida inteira.
Tratei-te como mera aventureira,
Imaginei que nunca te amaria.

Entregaste-me tudo o que traria
À minha alma deleite e paz fagueira,
Mas envolto num véu de atra cegueira,
Indiferente a ti, te deixaria.

Longe de ti, eu pude, finalmente,
Compreender que errara enormemente
Desprezando o amor que a mim me deste.

Quisera hoje pedir-te mil desculpas,
Mas receio que para minhas culpas
Não haja mais perdão, nada mais reste.

INTROSPECÇÃO                                                       

Quisera em versos mostrar-te                          
A dimensão do que sinto;
Não fosse o espaço sucinto,
Viria assim declarar-te

Quem sabe, em prosa, daria
Pra argumentar à vontade.
Acho que apenas diria
A coisa pela metade.

Vir oralmente, até creio,
Não seria má ideia.
Acho mais fácil à plateia
Abrir a entranha do seio.

Mostrar-te meus sentimentos
É missão quase impossível.
É contemplar o invisível,
Deter a fúria dos ventos.

Talvez mais fácil seria
Transformar a Terra em Céu,
Cobrir a noite com um véu
Mais claro que a luz do dia.


Pesadelo

Mesmo que não me queiras te amarei,
Ter-te-ei junto a mim no pensamento.
Povoarás meu íntimo... Julgarei
Deitar-me junto a ti, quando ao deitar-me.

Virás nos sonhos meus... Virás beijar-me
Tal colibri à flor, na primavera.
Com volúpia e paixão, a recrear-me,
Sobre tua nudez engolfarei.

Dos teus lábios, nos sonhos, colherei
Declarações de amor, juras sinceras.
Com um beijo tua face enxugarei,
Encharcada de lágrimas de amor.

Sobressaltado e triste... Pela dor
Trespassado, a cada amanhecer,
Salto da cama trêmulo, sem ter
Disposição pra vida em seu labor.


EDUCAÇÃO


Sob a cortina do tempo
Embuça a infância do Homem
- tempos remotos, pueris –,
Quando tudo era comum,
Ninguém dizia ser um.
Um dia, enfim, um infeliz,
Engendrou a propriedade,
Fez implodir a igualdade.

A Educação viu-se às voltas
Com o surgimento da escola
- lugar da elite, do ócio –
Não por acaso, a ciência
Do plebeu, sem condolência,
Dissociou, com divórcio,
No entanto, a indústria, a cidade,
Emergem com grande alarde!

Volvem-se os Tempos Modernos,
Do Capital... Do arcabouço
Positivista... E a Ciência
Incorpora-se à produção,
Transformando a Educação,
Conforme, então, a exigência:
Universal, laicizada.
Ei-la, afinal, transformada!

A Educação se converte
Num meio de produção
E de poder, um instrumento.
A burguesia intervém,
Brandindo: “às massas convém,
Do Ensino, o vil rudimento”.
Traindo o próprio discurso,
Segue o burguês seu percurso.

Saber é poder, diz Bacon;
É meio de produção.
Eis, pois, a contradição
Do tal discurso burguês.
Ao operário compete
Um patamar irrisório,
Conhecimento simplório;
Tecnicista, talvez.

A automação, a informática
Requerem, no entanto, agora
Não mais o mínimo que outrora
Restava ao vil proletário.
Uma grau maior de instrução
É o que exige o sistema.
Não possuí-lo é problema,
É, certamente, exclusão.

 NOITE DE AUTÓGRAFOS

O Professor Benedito Teixeira Gomes lança o seu primeiro romance intitulado :ALFAITES - Idealismo e Paixão  junto com a Academia  Guanambiense de Letras.

Momento de autógrafo


A sociedade  guanambiense presente 

Livro

Filha homenageia o Pai